sexta-feira, 1 de junho de 2007

Juros baixinhos

Bem, quem não mora em Santa Catarina, não deve ter visto a campanha do Besc, o banco estadual (que foi federalizado e que agora está num rolo só, mas esse não é o ponto de discussão). Dentro desta campanha publicitária, que produziu alguns dos melhores comerciais que eu vi em um bom tempo, um dos comerciais (um dos últimos), me fez refletir um pouco, e exercer um paralelo com outras áreas da nossa vida, em especial, a nossa área de informática (não, eu não gosto do termo TI, mas eu acabo usando =/).

O referido comercial pode ser visto no youtube, e eu coloco ele aqui embaixo. Assistam ele antes de continuarem a leitura aqui.



Agora que já devem ter assistido o vídeo, vamos ao paralelo.

Assim como o gerente do banco que fica tentando "mascarar" os juros, temos vendedores e lobistas na área de informática que tentam de toda maneira, empurrar um produto ou serviço, elevando os pontos positivos às alturas, e "esquecendo" de mencionar alguma inconformidade e/ou problema que este venha a ter na empresa, tal como a integração com outros sistemas.

Isso é até de certo ponto, normal e aceitável (não é crime, mas eu pessoalmente acho imoral, mas eu geralmente sou minoria...), o problema é quando esses vendedores/consultores conversam com o pessoal que não é da área de informática, usuários finais, mas que têm poder de decisão, tal como diretores e presidentes.

Por exemplo, no organograma aqui da Celesc, o departamento de informática, vulgo DPTI, está subordinado a diretoria de assuntos financeiros. O que isso quer dizer na prática? Que quem toma decisões pra valer é o diretor financeiro, e que o chefe de TI da empresa, tem poderes (muito) limitados. "Nas empresas onde a área de TI está subordinada à área financeira, os sistemas são um pandemônio". Essa frase (ou melhor, algo parecido, já que eu não lembro palavra por palavra), eu li em algum lugar que eu também não lembro, mas que ilustra uma verdade, pelo menos por aqui.

E então voltamos a situação do nosso gerente de "juros baixos". Representantes, vendedores, lobistas mesmo, fazendo um grande alarde, omitindo "aspectos", e tentando fazer a cabeça de diretores e usuários (isso quando não envolvemos alguns "mimos" ou presentinhos, o que já é caso pra polícia). Se você já não viu essa cena, prepare-se, porque uma hora ou outra, vai. "Do you hear it, Mr. Anderson? It´s the sound of inevitability".

Nestas horas, mesmo o CIO com menos poder, mesmo sem ter CIO no crachá, deveria assumir uma postura. Uma postura que é não influenciar a decisão, mas apresentar TODOS os fatos, como eles são. Se mesmo cientes, os comandantes decidirem pelos "jurinhos mais baixos", aí temos outra discussão, por vezes técnica, mas muitas vezes ética.

Este é um assunto que rende "muito pano pra manga", mas me atenho por aqui.

(P.S.: Um último comentário: aqui não temos um chefe de TI, e sim uma chefa, o que é um fato muito legal. Ter uma mulher comandando TI, que ainda é uma área majoritariamente masculina, é uma alegria para mim, que ando cansado de tanto enxergar testosterona em TI =D)

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